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12 de setembro de 2013

Comida na praça

Fazendo spätze. Esta foto e outras: Marcos Nogueira
Também está publicado no Come-se

Nosso Piquenique Perto de Casa está meio devagar já há algum tempo. Nossa agenda anda complicada, uma hora um pode, o outro não. Outra hora é porque chove, outra porque faz sol. E assim vamos adiando quando tentamos nos programar. Mas não desistimos de comer fora de casa. Agora que a câmara dos vereadores de São Paulo aprovou um projeto que regulariza a comida de rua, então, daqui a pouco podemos até vender comida na praça. É brincadeira. Ninguém deste grupo de amigos tem a mínima intenção de comercializar a comida que levamos para o espaço público para compartilhar. 

Se o piquenique perto de casa já inspirou muita gente a ocupar praças com piquenique - pelo menos de acordo com o que nos contavam os leitores do blog -, desta vez nossa intenção é que a ocupação tome ainda mais espaço. Em vez de levar apenas uma singela toalhinha xadrez, por que não levar mesas, cadeiras e panelas com comida quente? como aqueles almoços de bairro compartilhados entre vizinhos nas ruas de algumas cidades da Espanha, por exemplo. 

Nada a ver com o requinte do Diner en Blanc, com suas mesas de medidas padronizadas, nem com a cor branca das toalhas e roupas. Também não tem nada de transformar a praça pública num buffet particular ambientado, com comida "gourmet", vinhos harmonizados, cadeiras com almofadas de cetim, toalhas de linho e flores como se aqui fosse a Provence ou a Toscana.  Já vi gente organizando este tipo de serviço, usando praças e jardins públicos como se fossem salões de festas privados e comercializando a participação, sem pagar impostos. Respeito o trabalho, mas não é certo. A ocupação do espaço público tem que ser livre e espontânea, sem fins lucrativos (claro que não falo dos vendedores de comida ambulantes). Nosso almoço é só um encontro informal, com muita cor e diversidade,  sem muitas regras a não ser deixar tudo limpo depois. É só pela alegria do comer compartilhado num espaço que é de todos nós. 

Bem, como somos todos vizinhos de bairro e até de muro (caso nosso e do casal Ana e Zé, já que temos casas geminadas), tudo aconteceu muito de repente sem muita programação. Foi só ligar ou encontrar na rua e propor. - Vai estar aí amanhã? Então vamos almoçar na praça com mesas e cadeiras? Pronto, leve um prato, tá combinado. 


E daqui pra frente fica estabelecido:  todo domingo é dia de comida na praça.  Quem quiser ir, que vá. Que combine com os amigos, com os vizinhos e vá. Que seja na toalha ou na mesa. Se todos podem ir todos os domingos, quando alguém decidir ir sempre haverá um grupo ali na praça, se encontrando ou se revesando.  E as praças ficarão ocupadas com redes, bolas, petancas e petecas. Mesonas, mesinhas, toalhas xadrezes, cangas, tapetes, lençóis. Muito barulho e risada de crianças. 



Neste último domingo foi assim. Levamos mesas e cada família tinha seus próprios pratos e talheres. Nas mesas cobertas com  toalhas de chita nada uniformes, guardanapos de pano, vinhos servidos em taças, copos ou canecas e muita comida de almoço de domingo. Levei um fogareiro e fiz spätzle de beterraba, trapoeraba e cenoura ali, na hora, agachada para cozinhar, como fazem as mulheres no Senegal. Pra comer quentinho com molho de tomate com linguiça. Teve ainda frango caipira na panela de ferro, saladas diversas, arroz, carne assada, carne em escabeche, linguiça assada, torta de frango, pudim, frutas. Além de pão, queijo, sucos. 

Teve jogo de petanca

E alegria de crianças
Gostamos tanto que já estamos pensando no próximo domingo, no outro e no outro. Talvez eu vá em uns, outros, não, porque tem Piracaia. Mas, decididamente, comer na rua ou na praça ou no quintal de casa pode ser um programa e tanto para aqueles finais de semana de tempo bom. E para os nublados também. 

Se você mora perto da Lapa, esta praça (Senador José Roberto Leite Penteado) é linda e ainda vazia de gentes. Uma dica: grupos não muito grandes, com até 10, 12 pessoas,  acho o ideal. Assim dá pra conversar com todos com mais atenção, comer coisas diferentes sem muita mistureba e, ir embora já com vontade de voltar.  



Spätzle de trapoeraba 











1 de abril de 2013

Piquenique de Páscoa - abril 2013


Ontem havia muita gente em casa comendo ovo de Páscoa, pernil e outros assados. Nós preferimos fazer farofada na praça de sempre. Nosso ovo de galinha estava no recheio dos sanduíchinhos de pão de forma da Chus, assim como na sua tradicional tortilha. E também na mona de Páscoa, aquele pão com ovo em casca, que eu fiz com ovos caipiras. Mas sobre nossa toalha xadrez havia ainda frango assado com farofa que Marcos e eu levamos, escondidinho feito pela Priscila, torta de sardinha da Fabi e Edu e bolo de arroz feito por mim, bolo de laranja, pela Chus. E também pães e biscoitinhos recheados de papoula feitos pela Veronika. Para beber, sucos, cafés, e leite com chocolate e mel (apelidado rapidamente de suco de coelho de páscoa).  As crianças fizeram fogueira, assaram goiaba verde e encontraram aranha com cara de mini caranguejo verde. Os meninos grandes cataram goiaba e brincaram de petanca, as moças descascaram goiabas. E o tempo era bom, ar frio de outono e raios de sol quentinhos atravessando os galhos balançantes das árvores. Ficamos ali até o anoitecer. 


















5 de fevereiro de 2013

Piquenique de fevereiro de 2013


Pois é, o ano de 2012 foi sabático pra Veronika, Ricardo e os meninos, e, por inconformismo - ou comodismo, para nós piqueniqueiros também. Mas agora tudo promete voltar ao normal, ainda que o último domingo prometesse chuva.  Não choveu e o velho carrinho de feira com delícias estava de volta, assim como as lindas cabeleiras louras dos meninos que agora falam catalão, e a popularidade da Veronika que sempre atraiu mais amigos e desta vez trouxe azeitonas coloridas da Espanha, cogumelos italianos,  e suco com maracujá do seu quintal.   Monica voltou como se estivesse ficado um ano fora também, mas trouxe uma linda bola feita com goma de mangaba, a melhor novidade deste encontro. Perdoadíssima por ter passado na padaria para não chegar de mãos vazias depois de ter perdido parte do pão-de-ló de Alfazeirão para o cachorro.  Ana e Zé levaram toletes de cana que fidelizam criançada,  e pamonha do Ceagesp para os adultos.  O origami de guardanapos feito pela Ana também foi sensação. Chus não foi, mas mandou entregar uma deliciosa torta de laranja com lascas de amêndoas. Fabiana trouxe uma torta uruguaia, recheada com ovos inteiros (sem a casca, antes que a Veronika pergunte), colocados crus na massa, alternados com escarola. Márcia, que nunca tinha vindo ao piquenique, se esmerou na salada tipo salpicão, no vinho, guardanapos vermelhos, vinho branco bem gelado. E até a Letícia, do Cozinha da Matilde, apareceu com o Marcelo Pedro, que trouxe cervejas belgas. Ela, claro, trazendo comidas deliciosas, como o antepasto com tomatinhos e alhos e o jiló com vinagrete, que ninguém diz que é jiló. E tantas delícias mais. Só levei salada, pão de feijão preto e queijos de leite cru de Piracaia, mas encontrei na cerca de uma casa vizinha pepininhos minimicros.  Se os participantes fornecerem receitas, logo, logo estarão por aqui. Se não, dou em breve a do pão com feijão preto. 

Por enquanto, fique com mais fotos: